Um universo de sabores para deixar o paladar enlouquecer. Um fascinante mundo de fermentação, combinações e variações. Cada vinho tem sua história, suas particularidades e seus enigmas. Quem está no ‘início de namoro’, despertando o interesse em conhecer os detalhes de uma das bebidas mais apreciadas no planeta, vai ficar encantado com cada descoberta, cada novo conhecimento, cada vinho degustado.
A curiosidade de iniciante faz com que cada garrafa de vinho aberta traga novas experiências. Muitas dúvidas irão surgir nesse início de descobertas. Quando estamos ‘servindo as primeiras taças’ é importante, aos poucos, ir identificando os elementos que mais agradam o paladar em relação ao vinho.
Essa bebida, muito apreciada em todo mundo, carrega diversos enigmas e, por isso, tende a criar receio daqueles que estão iniciando o processo de apreciação. Não ter medo de experimentar é a porta de entrada desse ‘caminho sem volta’. Sim, ele é sem volta, porque uma vez apaixonado pelo vinho, dificilmente deixará de ser um amante dessa bebida.

O SIMPLES SOFISTICADO
Para quem entende pouco ou quase nada sobre bebidas, a degustação é a base. Sem saber o sabor do vinho, não faz muito sentido saber o tipo de uva que vai em sua composição, o período de maturação, o tempo de fermentação, entre outras particularidades de cada rótulo.
É na degustação que se inicia o processo de análise sensorial de maneira natural, ou seja, na prática. Depois que o paladar faz esse primeiro contato todas as informações ganham sentido e passam a integrar o portfólio pessoal do novo amante dos vinhos.
A primeira garrafa pode ser de um rótulo com uma composição menos complexa para não ‘assustar o ingênuo paladar’, pois ele está aprendendo a diferenciar os sabores. Para os iniciantes, vinhos mais elaborados podem acabar em experiências desagradáveis devido à falta de conhecimento e não conseguir saborear a bebida.
A SUAVIDADE QUE ENVOLVE
Uma sugestão é iniciar com os rótulos suaves. Esses vinhos são leves, têm sabor adocicado, com aroma frutado e não dão a sensação de ‘amarrar a boca’. A dica é optar pelos rótulos elaborados com apenas uma uva, aqueles conhecidos como varietais.
Algumas dicas: Vinho Faustino VII Blanco, Vinho Santa Ema Select Terroir Reserva Carménère, Vinho Santa Ema Select Terroir Reserva Rosé, Vinho Mendoza Heigths.
Os exemplares varietais menos complexos, mais fáceis para que o paladar possa descobrir os mistérios que eles podem trazer. Ao degustar esse tipo de vinho, o iniciante consegue, com mais facilidade, identificar as características da uva usada. Com o passar do tempo, e mais rolhas na coleção, vai ficar menos emblemático iniciar a degustação de um blend, por exemplo, visto que possui várias castas e deixar que o paladar já passe a identificar e escolher a variedade de uva que mais agrada.
A FORÇA DO TANINO
O tanino tem seus encantos, seus mistérios e seus desafios. Um iniciante pode não gostar das primeiras experiências ao provar um rótulo que a presença do tanino não é colocada com a devida sutileza. O tanino é uma substância que provoca adstringência, ou seja, deixa uma sensação de boca travada, boca seca, de que ‘lambeu madeira’. Por isso, é importante ter informação sobre o famoso tanino na hora de escolher o vinho.
A variedade de uvas brancas pode ser a escolha ideal. Isso porque elas possuem uma concentração muito baixa de tanino. Os vinhos rosés também integram a lista dos iniciantes, pois eles têm pouco tanino. Já se a escolha for por rótulos produzidos com uvas tintas a Gamay, ou a Pinot Noir – que estão entre aquelas com menos taninos. Se a escolha é, primeiramente, pela cor do vinho dentro da garrafa, a dica é ficar com aqueles mais clarinhos, quanto mais claro for o exemplar, menos tanino ele tem.
LADO A LADO
Na formação de um novo amante do vinho, é interessante ter um parâmetro de comparação. Escolher rótulos elaborados com uvas de variedade diferente ajuda nesse processo de conhecimento. Como saber se o exemplar escolhido é bom se nunca provou outro?
Uma forma de saber se gostou ou não do vinho, a dica é fazer uma degustação comparativa. Ou seja, provar os vinhos lado a lado, dessa forma fica muito mais fácil identificar cada característica do vinho, saber o que agrada em um e no outro, determinar as preferências e, aos poucos, ao passo de cada nova descoberta saber que existe o vinho certo para cada ocasião.

SEM MEDO DE SER FELIZ
Cada vinho tem suas particularidades. Cada vinho tem sua história. Cada vinho tem suas combinações. Cada vinho tem seus amantes. O mundo que envolve essa bebida é tão fantástico que existe até uma ciência que se dedica a estudar, decifrar e aprimorar os conhecimentos de seus apaixonados: a enologia é a ciência que trata do vinho, da técnica de produção e da conservação dessa bebida.
Sempre que nasce um novo amante, nasce um iniciante cheio de dúvidas e curiosidades. Escolhas inseguras podem resultar em experiências desagradáveis e julgamentos precipitados. Para evitar o erro na hora de levar um vinho para casa, ou escolher a bebida em um restaurante, uma dica é buscar entendimento a respeito das características dos vinhos, saber identificar os elementos que agradam e, principalmente, aqueles que não agradam.
Leitura, troca de conhecimento com os degustadores que já têm mais experiência e a busca de informação sobre os rótulos fazem toda a diferença. Quando o iniciante começa a ler sobre a origem da uva, os países de cultivo, o clima, o tempo de maturação, o processo de produção, o tempo de armazenagem, a taça ideal para servir a bebida, a maneira de degustar, os pratos para promover a melhor harmonização forma um contexto de aproximação, de envolvimento com a bebida e quando menos se espera já é paixão, com passar do tempo, vira amor e cada um escreve a própria história cada vez que abre uma nova garrafa.
O segredo? Cada um precisa descobrir os encantos do vinho predileto. A dica é não ter medo de experimentar, assim como as paixões. Deixar cada rótulo mostrar seus enigmas, cada exemplar transparecer seus mistérios, cada vinho marcar sua história.